Seis
e trinta. Já?! Lá vou eu tomar banho e troca de roupa. O interessante é que a
água está fria. O dinheiro acabou antes
de terminar o mês, assim, não tem como pagar a conta de energia, nem gás, nem nada.
Um salário pouco e uma pessoa desordenada. Queres uma dupla mais perfeita do
que essa para eu ficar sem café da manhã? Bom, deixa-me ajeitar as minhas
coisas que eu faço melhor, não é você, caro leitor, que vai me sustentar, então,
desculpa a indelicadeza, mas eu tenho mais o que fazer na vida medíocre que eu possuo.
Aqui estou eu a falar, só pensado que vou escutar as respostas que almejo como
se fosse um eco dos céus. Que piada, não? Todavia, como eu, sinceramente, estou
ocioso e entediado com o passar das horas dessa minha existência vazia. Vamos
nessa.
Desculpa
aí a arrogância de não me apresentar, é por que fica complicado falar de alguém
que não conhecemos, simplesmente vemos essa pessoa passar por nossa rua todos
os dias, mas somente sabemos o nome dela. É dessa forma que me sinto. Um nada.
Sou estranho a mim mesmo. Façamos assim, meu nome é Zé ninguém. Desta forma
ficamos bem. Se me perguntares a minha religião, todos estranharão, quem é que
sabe?! Bom, podemos dizer que eu prego o amor, não sei a quem, mas fica bonito
de se dizer e minimiza as críticas dos sensacionalistas dos meus vizinhos. Eu
sou um cara complicado de se desvendar, nem eu consigo me entender. Trabalho
num emprego chato, mas dá dinheiro; e os meus pais me obrigaram a fazer esse
curso infeliz, na realidade nada me liga a ele. Eu sou do contra. Amigos nunca
tive, pois sempre aparecia cada estúpido interesseiro.Se amei? Podemos dizer
que sim. Mas preferia não conhecer tal sentimento, ele me tornou nisso.
CONTINUA...
(NÁDIA PINHO)